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Caso Mariana: Suspeito roubou carteira e tentou vender carro da universitária no dia do crime
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O suspeito de matar a jovem Mariana Bazza, de 19 anos, roubou o som do carro e a carteira da universitária, além de ter tentado vender o veículo dela no dia do crime, informou a polícia. Mariana foi encontrada morta em um canavial um dia depois de desaparecer em Bariri (SP).
Rodrigo Pereira Alves, suspeito do crime, se ofereceu para ajudar a Mariana e trocar o pneu do carro, momentos antes de ela desaparecer, no dia 24 de setembro.
Ele foi preso no mesmo dia e levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Bauru. Rodrigo vai ser indiciado por latrocínio, que é o crime de roubo seguido de morte.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara foi entregue na última quinta-feira (3) e apontou que Mariana foi morta por asfixia mecânica, causada por estrangulamento.
Rodrigo foi encontrado em Penápolis, cidade a 60 quilômetros de Bariri. Ele estava na casa de parentes quando foi preso. O carro da jovem também foi apreendido na cidade, porém, em outro local, perto do cemitério da cidade.
Já Mariana foi encontrada morta no dia 25 de setembro, um dia depois de desaparecer, em um canavial em Cambaratiba, distrito de Ibitinga. A cidade também fica próxima a Bariri. Ela estava de bruços, com as mãos amarradas para trás e um tecido no pescoço.
Segundo a Polícia Civil, outros laudos foram pedidos pela polícia e ainda estão sendo elaborados em São Paulo. O resultado deve sair em até 60 dias. A polícia aguarda os resultados para concluir o inquérito e encaminhar à Justiça.
Ajuda para trocar pneu
Uma câmera de segurança da academia registrou quando Rodrigo aborda Mariana para falar que o pneu estava murcho (veja abaixo).
Segundo a amiga Heloísa Passarello, foi Rodrigo quem avisou que o pneu estava murcho. O homem estava com um celular quando ofereceu ajuda. De acordo com a amiga, o suspeito insistiu para ajudar a jovem Mariana.
Universitária que desapareceu recebeu ajuda de desconhecido para trocar pneu do carro
Nas imagens dá para ver os dois conversando até que, Rodrigo atravessa a avenida e entra em uma chácara. Logo após a amiga deixar o local, Mariana entra no carro e vai até a chácara e aceita a ajuda de Rodrigo.
Imagem mostra suspeito abordando Mariana Bazza e amiga dela na frente de academia — Foto: Reprodução/TV Globo
No imóvel, o suspeito trocou o pneu do carro de Mariana. A jovem chegou a fazer uma foto dele trocando o pneu e mandou para parentes (veja abaixo).
Após a ajuda, o carro de Mariana aparece no vídeo deixando a chácara. A polícia diz que Rodrigo estava na direção do veículo. Ainda conforme a polícia, Rodrigo estava trabalhando como pintor no imóvel.
Mariana enviou a foto do suspeito trocando o pneu do carro em Bariri — Foto: TV TEM / Reprodução
Além da foto, Mariana chegou a mandar mensagens ao namorado. O G1 teve acesso à conversa entre Mariana e Jefferson Vianna.
Nas mensagens pelo WhatsApp, é possível ver que a universitária avisa sobre o pneu furado, os procedimentos que estavam sendo feitos e que recebia ajuda do suspeito. Mariana e o namorado mantiveram contato até 8h36. Uma das últimas mensagens da jovem foi “terça-feira pesada”.
Print mostra últimas mensagens de Mariana Bazza enviadas para o namorado — Foto: Arquivo Pessoal
Crime premeditado?
A polícia investiga se Rodrigo premeditou o crime e se teria murchado o pneu do carro da jovem para forçar uma aproximação.
Em outro vídeo de câmera de segurança Rodrigo aparece encostado no carro da Mariana, que está estacionado próximo à academia. As imagens foram gravadas às 7h51, quando a jovem ainda estava no local.
O vídeo mostra que Rodrigo sai da chácara, atravessa a avenida e encosta no carro de Mariana, um Gol preto. Ele fica ali por alguns minutos.
Em entrevista exclusiva à TV TEM, um vizinho da academia contou que viu o suspeito abaixado e mexendo no carro de Mariana.
“Eu vi que ele estava agachado no pneu do carro. Talvez murchando, sei lá, fazendo alguma coisa. Quando ele me viu até se assustou e levantou. Ele foi até o canteiro e ficou mexendo nas árvores que estão ali, meio que disfarçando a situação. Eu estava saindo para trabalhar, então fui embora”, relatou o homem, que preferiu não se identificar.
“Nós estamos em diligências para conseguir novas imagens e também testemunhas que possam colaborar e tirarmos essa dúvida se ele premeditou ou foi uma mera ocasionalidade”, afirma o delegado Durval Izar Neto, responsável pelas investigações.
Ainda segundo o delegado, inicialmente o inquérito foi aberto como latrocínio consumado, mas são apurados também estupro, homicídio e sequestro.
Rodrigo Pereira Alves, de 37 anos, suspeito de matar a jovem Mariana Bazza de Bariri (SP) — Foto: TV TEM/Reprodução
Rodrigo teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia realizada no dia 25 de setembro. Ele negou que tenha matado Mariana e apontou a existência de outra pessoa como responsável pelo crime. No entanto, a polícia acha pouco provável que essa hipótese seja verdadeira.
“Ele fala de uma terceira pessoa que estaria com o veículo, porém imagens mostram que ele saiu com o veículo. E não há informações dessa terceira pessoa, não há imagens, não há testemunhas. Não vamos descartar, mas é pouco provável que exista outra pessoa envolvida.”
Mariana Bazza, de 19 anos, foi encontrada morta após desaparecer em Bariri — Foto: Facebook/Reprodução
O delegado aguarda outros laudos periciais, além de informações sobre os locais por onde o suspeito passou, para concluir o inquérito e encaminhar à Justiça.
“Os exames vão apontar a hora da morte para podermos saber onde ela foi morta, porque existem duas possibilidades: ou ele matou a Mariana na chácara ou no local onde o corpo foi encontrado”, afirma Izar Neto.
A jovem foi enterrada no início da tarde de 26 de setembro, sob forte comoção, no Cemitério Municipal de Bariri.
Mariana Bazza, de 19 anos, foi enterrada em Bariri — Foto: TV TEM/Reprodução
Ficha criminal
Rodrigo Alves, o homem que ofereceu ajuda, já tinha praticado vários crimes e as vítimas eram sempre mulheres.
A primeira condenação por crime sexual aconteceu em 2001. Armado com uma faca, ele atacou uma estudante de 18 anos, que foi violentada, na zona leste de São Paulo.
Rodrigo teve a prisão preventiva decretada após morte da Mariana Bazza — Foto: TV TEM/Reprodução
Por esse crime, Rodrigo passou 13 anos na cadeia. Depois, quando ganhou a liberdade, voltou a roubar e a estuprar.
Em janeiro de 2015, em Itápolis (SP), uma mulher disse que Rodrigo invadiu a casa dela e mandou que ela ficasse nua. Segundo a vítima, Rodrigo ficava se encostando nela. Depois, pegou um computador da casa e fugiu. Nesse caso, ele foi absolvido por falta de provas.
Em outubro daquele mesmo ano houve uma acusação parecida, desta vez na cidade de Bariri. Outra mulher disse à polícia que Rodrigo se passou por instalador de cerca elétrica para entrar na casa dela.
Mapa mostra locais onde Mariana Bazza foi abordada, em Bariri, e encontrada morta, em Ibitinga — Foto: Arte/G1
Ele fez ameaças com uma faca e também mandou que a vítima ficasse nua. Rodrigo foi acusado de roubar R$ 740 da vítima, além de uma câmera fotográfica, um celular e um relógio.
Ele teve a prisão decretada, ficou foragido por um tempo mas acabou indo para a cadeia em fevereiro de 2016. Rodrigo foi condenado nesse caso a 6 anos e 5 meses de prisão por roubo.
Há cerca de um mês, ele ganhou a liberdade condicional e conseguiu o bico de pintor na chácara em frente à academia.